20080128

Quando a vida começa

Em que momento exato podemos identificar como vida:
na concepção (união do óvulo ao espermatozóide)
ou na implantação do já ovo no útero?

Os Espíritos, na questão 344 de "O Livro dos Espíritos", respondendo à pergunta de Kardec sobre o momento em que o espírito reencarnante se une ao corpo, esclareceram que esta união começa na concepção, não esclarecendo, em pormenores, se estavam se referindo ao momento da fecundação propriamente dita (em que a célula sexual masculina fertiliza a célula feminina) ou ao da nidação (em que o produto da fertilização é implantado no útero materno). Em todo caso, trata-se de uma ligação parcial, pois esta somente se conclui no nascimento.
No entanto, segundo André Luiz, no livro Missionários da Luz, capítulo XIII, intitulado "Reencarnação", descrevendo os detalhes do processo de reencarnação de um espírito, no momento de sua ligação à matéria, nos traz a seguinte narrativa: "Os Espíritos Construtores começaram o trabalho de magnetização do corpo perispirítico [do reencarnante], no que eram amplamente secundados pelo esforço do abnegado orientador [Alexandre], que se mantinha dedicado e firme em todos os campos de serviço. (...) Compreendi que o interessado [Segismundo, o espírito reencarnante] precisava oferecer o maior coeficiente de cooperação individual para o êxito amplo. Surpreendido, reconheci que, ao influxo magnético de Alexandre e dos Construtores Espirituais, a forma perispiritual de Segismundo tornava-se reduzida. A operação não foi curta, nem simples. Identificava o esforço geral para que s efetuasse a redução necessária. Segismundo parecia cada vez menos consciente. Não nos fixava com a mesma lucidez e suas respostas às nossas perguntas afetuosas não se revelavam completas. Por fim, com grande assombro meu, verifiquei que a forma de nosso amigo assemelhava-se à de uma criança. (...) - Faremos agora o ato de ligação inicial, em sentido direto, de Segismundo com a matéria orgânica. (...) Foi então, ó divino mistério da Criação Infinita de Deus!, que a vi [Raquel, a futura mãe do reencarnante] apertar a "forma infantil" de Segismundo de encontro ao coração, mas tão fortemente, tão amorosamente, que me pareceu uma sacerdotisa do Poder da Divindade Suprema. Segismundo ligara-se a ela como a flor se une à haste. Então compreendi que, desde aquele momento, era alma de sua alma aquele que seria carne de sua carne. (...) Observando que a forma de Segismundo se ligara a ela, por divino processo de união magnética, recebi a determinação do meu orientador para seguir-lhe, de perto, o trabalho de auxílio na ligação definitiva de Segismundo à matéria. (...) Auxiliado pelo concurso magnético do mentor, passei a observar as minúcias do fenômeno da fecundação. (...) O meu orientador, absolutamente entregue ao seu trabalho, tocou a pequenina forma [óvulo fecundado] com a destra, mantendo-se no serviço de divisão da cromatina, cujas particularidades são ainda inacessíveis à minha compreensão, conservando a atitude do cirurgião seguro de si, na técnica operatória. Em seguida Alexandre ajustou a forma reduzida de Segismundo, que se interpenetrava com o organismo perispirítico de Raquel, sobre aquele microscópico globo de luz, impregnado de vida, e observei que essa vida latente começou a movimentar-se. Havia decorrido precisamente um quarto de hora, a contar do instante em que o elemento ativo ganhara o núcleo do óvulo passivo. (...) Depois de prolongada aplicação magnética, que era secundada pelo esforço dos Espíritos Construtores, Alexandre aproximou-se de mim e falou: - Está terminada a operação inicial de ligação. Que Deus nos proteja. (...) Sentindo que Alexandre não se demoraria, acerquei-me, ainda uma vez, do quadro de formação fetal. O óvulo fecundado animava-se de profunda vida, evolutindo para a vesícula germinal."

Portanto, de acordo com a descrição de André Luiz, a ligação do espírito reencarnante ao óvulo fecundado se dá imediatamente após o ato de fertilização da célula sexual feminina pela masculina, mais exatamente após decorrido "um quarto de hora". Até este instante em que a ligação é efetuada, segundo o Autor espiritual, há uma vida latente, que somente vai se manifestar com a ligação do espírito.
Somente após esta ligação é que o óvulo fecundado, já se encontrando o espírito reencarnante a ele ligado, é abrigado pelo útero materno.

Se já existe vida na concepção, o espírito já estaria ligado ao reencarnante fora do útero (fertilização in vitro, entre outras)?

Segundo a narrativa de André Luiz, sim, o espírito reencarnante é ligado ao óvulo fecundado antes deste ser abrigado no útero. No entanto, cumpre observar que a descrição de André Luiz se refere a um processo de concepção natural e não de fertilização in vitro (tubo de ensaio).
Além disso, na resposta à questão 336 do Livro dos Espíritos, os Espíritos deixam clara a ressalva no sentido de que haverá sempre um espírito predestinado ao corpo em formação "quando a criança deve nascer para viver".
Somente nesta hipótese é que, necessariamente, haverá um espírito designado para ocupar o novo corpo, pois, conforme esclarecem mais adiante, na questão 356, há casos em que não há espírito destinado a encarnar no corpo em formação. Tais crianças, natimortas, somente vêm como prova para seus pais. Nascem, tão somente, em conseqüência do automatismo biológico, ou seja, em decorrência do processo biológico resultante da união das células sexuais dos pais. Esta informação dos Espíritos nos leva a concluir que a regra mencionada na questão 344 é restrita aos casos em que o processo conceptivo deve atingir o seu objetivo, com o nascimento com vida de um novo ser. Na hipótese da questão 356, não haverá espírito ligado após a concepção.
Assim, na hipótese mencionada na pergunta, o mais provável é que apenas haverá um espírito fluidicamente vinculado a esses embriões se for para a fecundação prosperar até o seu final, isto é, se for efetivamente para encarnar um espírito. Caso contrário, o mais provável é que não haja espírito algum ligado a esses embriões. Vianna de Carvalho, no livro "Atualidade do Pensamento Espírita", entende, em resposta a semelhante indagação (questão 41), que não necessariamente há, nestes casos, um espírito ligado para fins reencarnacionistas. "O desenvolvimento que ocorre em alguns experimentos é espontâneo, resultado do automatismo biológico", explica o Autor espiritual.

A visão Espirita sobre a laqueadura de trompas, vasectomia e anticoncepcionais
Neste caso os pais estariam impedindo a reencarnação de um espírito?


Há métodos anticoncepcionais que não são abortivos, pois não permitem que ocorra a concepção. Em conseqüência, nestes casos não há que se falar em ligação entre um espírito e a matéria. O uso de anticoncepcionais é um meio de se fazer planejamento familiar, a fim de que a família seja programada, se constitua e se multiplique com equilíbrio. Não há nada de errado em preparar-se, física e psicologicamente, para a vinda de um filho, como um ato deliberado, para que a paternidade e a maternidade alcancem plena satisfação e realização. Os casais têm livre-arbítrio para decidir sobre quantos filhos terão e quando os terão. Muitas vezes, trazemos uma programação espiritual prévia dos filhos, mas o ser humano tem o livre-arbítrio de fazer escolhas. Escolhas egoístas podem ter conseqüências futuras, mas o simples planejamento equilibrado da família não é reprovável do ponto de vista espiritual.
A procriação, dando oportunidade reencarnatória a um espírito que necessita voltar à vida física para continuar sua evolução, é uma das tarefas que podemos trazer para a nova passagem pela carne. Porém, não a única. Não reencarnamos unicamente com esse objetivo. Sendo assim, temos o direito de fazer o nosso planejamento familiar, pois, do contrário, teríamos que procriar indefinidamente, durante toda a existência física, o que não seria uma atitude de bom senso. A questão do controle da natalidade deve ser examinada observando-se a intenção de quem o pratique. Se a intenção for de seguir um planejamento familiar que atenda às realidades do casal, inclusive de ordem econômica, nada há na Doutrina que o reprove. Se, porém, a intenção é meramente de preservar a estética do corpo, manter a sensualidade ou ter uma atividade sexual voltada unicamente para o prazer, por exemplo, entendemos que, nestas hipóteses, deverão advir conseqüências na vida espiritual. Nestes casos, estará sendo contrariada a Lei Natural e a conseqüência será a necessidade de retificação numa existência física futura, de forma geralmente dolorosa.
Obviamente que o mau uso do livre-arbítrio, através do abuso do prazer sexual e da promiscuidade, gerará conseqüência desgostosas para o espírito que não souber utilizar adequadamente suas energias sexuais. Então, o uso de métodos anticoncepcionais não significa liberação sexual absoluta e desregrada, mas tão somente um modo de se planejar adequadamente a família.

Esclarecimentos da visão Espírita sobre inseminação artificial.

Nesta questão, estão inseridos vários conceitos que a Doutrina Espírita nos traz, a saber:Deus é onipotente. Criador das Leis Divinas, que regem tudo o que existe, material e espiritual. Deus não derroga suas próprias Leis, porque são perfeitas, tudo o que acontece no Universo tem a manifestação divina por estar contida nas Leis. Desta forma, todo avanço científico, fruto do trabalho do homem e da inspiração dos amigos espirituais, está previsto na Lei Divina.
A Ciência é neutra, quem dá o caráter bom ou mau é o homem imperfeito que dela se serve. Mas de qualquer forma, os avanços científicos existem para o auxílio do homem de bem.
O Espiritismo nos diz que somos Espíritos imortais habitando momentaneamente corpos físicos para progredirmos (reencarnação).
O Espiritismo contribui para o progresso do homem na destruição do materialismo, que é uma das chagas da sociedade, ele faz que os homens compreendam onde se encontram seus verdadeiros interesses.
E se o interesse do homem é de, através das reencarnações conquistar progressos, quanto maior a possibilidade de ele cumprir sua programação reencarnatória, melhor.
E se a Ciência, através da inseminação artificial, auxilia no processo da construção do corpo físico, porque não utilizar este avanço científico?
A inseminação artificial pode ser vista como mais uma ferramenta que a ciência proporcionou ao homem de poder reencarnar e progredir.
Não nos esqueçamos que o corpo é instrumento de evolução do Espírito. Que o verdadeiro foco deve ser para o progresso do Espírito.

Fonte de Pesquisa: Federação Espírita Brasileira

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Paulo H Bosco